A década de 2020 será caracterizada por inúmeras transformações sociais que afetarão profundamente o mundo todo. Inovações tecnológicas, reestruturação dos negócios, revisão do modo de produção pautado no just in time, deslocamento das forças políticas hegemônicas: todas essas questões serão intensamente debatidas em um mundo caracterizado por uma desigualdade social cada vez mais profunda, agravada pelo advento do novo coronavírus, e por uma concentração de capitais nunca vista.

No Brasil, soma-se a essas tendências a iminente alteração demográfica da filiação religiosa, movimento no qual observamos a passagem de uma maioria católica para uma maioria evangélica. Afinal, quais seriam os impactos dessa mudança para a compreensão do sentido da ação econômica? Uma vez que o cenário atual da transformação do campo religioso coincide com o centenário tanto do falecimento do sociólogo Max Weber como da publicação da segunda versão de seu consagrado livro Ética protestante e o espírito do capitalismo, os embates entre capitalismo e religiões serão abordados a partir dessa orientação teórica.

Entre a “ética pelo cuidado do comum”, de um lado, e a “ética de si mesmo”, do outro, esta obra oferece ao leitor análises teóricas e contextuais que permitem tanto uma compreensão aprofundada dessa temática como uma abertura para o seu desenvolvimento.